domingo, 22 de maio de 2011

A Minha História de Amor...

Alguns amigos de estimação são como telas em branco, ou instrumentos sem música. Pedem para serem transformados em arte.

Gatos são feito flores, lindos e cativantes, mesmo quando parados em qualquer canto.

Hoje uma parte de mim se revela Almodóvar. Amarelo, peito branco, olhos verdes e ânimo de brincalhão. Curioso, corajoso e sem noção. Não tem medo de descobrir o que há no forro do colchão, não tem vergonha, nem medo do ridículo de ficar preso lá. Gosta de deitar na sua barriga, beijar seu rosto esquisito, andar sobre seus olhos pra te acordar. Almodóvar, um grande rei, gosta de carinhos estranhos...

Outra parte de mim é Lolita. É feminina, forte, graciosa. Parece arrogante com seu nariz empinado, mas no fundo tem medo de tudo. Lolita tem medo do escuro, de barulho e até de ração. Lolita gosta de ficar sozinha e não pede carinho. Tem um jeito mais bruto de gostar. Acho que deitar esmagando a cabeça do irmão é uma forma de gostar, não?

A linda Lolita é par do grande rei Almodóvar. Amor além de irmão, de amante, além do lar. Os filhotes ensinam amor, ensinam amor de par. Um amor de amar.
Amor que não apenas sabe dividir ração, mas sabe ceder para que o outro coma.
Amor que sabe brincar, que se diverte com tudo, faz do mais simples um momento raro. Gosta de proteger, de cuidar do outro. Amor de carinhos que confortam só de olhar. Gratuito, independente, espontâneo.

Amor de quem sabia que poderia ficar distante de casa, que tinha certeza do “perder”, mas que ainda assim se permitiu amar. Que agora descobre as possibilidades infinitas de descobrir, de desbravar. E enquanto não pensa, vai seguindo junto. Vai seguindo em par.

Amor que não sabe se vai durar e se esparrama em momentos de carinho. Amor que não resiste à vontade, que se entrega ao gostar. Amor que descobre as diferenças de cor, nome e forma. Amor que respeita, amor que entende. Amor que ama simplesmente. Ama e é simples.

Amor que se espreguiça gostoso, amor que faz barulhinho, chega ronca e fica de preguicinha. Amor que destrói os móveis, e os imóveis, rasga roupa e derruba tudo. Amor que apesar de tudo, deixa o seu cheirinho. Amor com cheirinho de amor. Amor que depende do outro, mas só toma banho sozinho. Amor que é amor, puro e simples amor, em dois, filhotes...

Um comentário:

  1. Quanto amor...quero ir correndo pra casa dormir com a minha gatinha Penny Lane enrolada na orelha...

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